Salzburger Tageblatt - Paralisação do governo americano se aproxima do fim após votação no Senado

Paralisação do governo americano se aproxima do fim após votação no Senado
Paralisação do governo americano se aproxima do fim após votação no Senado / foto: Allison Robbert - AFP

Paralisação do governo americano se aproxima do fim após votação no Senado

O Senado dos Estados Unidos deu mais um passo na segunda-feira (10) para encerrar a paralisação mais prolongada dos serviços públicos federais da história, depois que senadores democratas se uniram aos republicanos em uma votação 60-40 para aprovar um acordo de compromisso.

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O projeto de lei agora segue para a Câmara de Representantes, que poderá se reunir na quarta-feira (12) para a aprovação, antes do envio ao presidente Donald Trump para a promulgação. Esta terça-feira (11) é feriado nos Estados Unidos (Dia dos Veteranos).

Desde 1º de outubro, mais de 1 milhão de servidores federais estão sem trabalhar ou trabalham sem receber o salário, incluindo controladores do tráfego aéreo.

A pressão sobre os congressistas aumentou nos últimos dias, com o cancelamento de milhares de voos.

O presidente Donald Trump elogiou o acordo na segunda-feira, antes da votação no Senado.

"Vamos reabrir nosso país muito rapidamente", disse Trump a jornalistas no Salão Oval, em alusão à reabertura de serviços públicos federais que pararam de funcionar devido à paralisação orçamentária.

Trump se comprometeu a "cumprir o acordo" e disse que "é muito bom", quando perguntado se aderiria aos termos do pacto que incluem a reincorporação dos trabalhadores federais demitidos durante o fechamento, também conhecido como "shutdown".

Após a votação, o líder republicano do Senado, John Thune, escreveu na rede social X que estava contente por apoiar o "caminho claro para acabar com esta paralisação desnecessária de maneira responsável, que paga rapidamente aos trabalhadores federais e reabre o governo federal".

Seu colega democrata John Fetterman, que votou a favor da medida republicana, escreveu na mesma rede social: "Alimentar a todos. Pagar ao nosso Exército, trabalhadores do governo e a Polícia do Capitólio. Acabar com o caos nos aeroportos. O país antes do partido".

- Obamacare -

No centro da disputa estava a exigência dos democratas de prorrogar os subsídios ao seguro-saúde, que expiram no fim do ano. Os republicanos insistem em negociar esse ponto após a aprovação do orçamento. Sem as ajudas, que não estão garantidas com essas votações, milhões de americanos terão que pagar o dobro pelo seguro a partir do próximo ano.

O acordo prevê um orçamento até janeiro e a readmissão de funcionários demitidos pelo governo durante o fechamento.

O projeto também contempla o financiamento, durante todo o ano fiscal, de programas de ajuda, como o SNAP, do qual se beneficiam mais de 42 milhões de americanos de baixa renda para a compra de alimentos.

- Democratas divididos -

A senadora Jeanne Shaheen, uma das oito democratas que ignoraram as ordens do partido, disse que o Senado "deu um grande passo para proteger a assistência de saúde a dezenas de milhões de americanos". Segundo ela, o acordo permitirá aos democratas convocar uma votação no Congresso sobre as ajudas à saúde.

A decisão enfureceu boa parte do Partido Democrata. "Patético", publicou no X o governador da Califórnia, Gavin Newsom. Já o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, ressaltou que o acordo "não aborda a crise da saúde". "Esta luta vai continuar, e deve continuar."

Alguns congressistas criticaram Schumer por não conseguir manter a união dentro do partido. "Esta noite é mais um exemplo de por que precisamos de uma nova liderança", disse ontem o deputado Seth Moulton, de Massachusetts.

N.Hinterseer--SbgTB