Salzburger Tageblatt - Manifestantes em Israel pedem acordo sobre reféns antes de reunião de gabinete

Manifestantes em Israel pedem acordo sobre reféns antes de reunião de gabinete
Manifestantes em Israel pedem acordo sobre reféns antes de reunião de gabinete / foto: Jalaa MAREY - AFP

Manifestantes em Israel pedem acordo sobre reféns antes de reunião de gabinete

Centenas de manifestantes que pedem o fim da guerra em Gaza e o retorno dos reféns tomaram as ruas de Israel nesta terça-feira (26), antes de uma reunião do gabinete de segurança que pode abordar a retomada das negociações para uma trégua no território palestino.

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O protesto bloqueou ruas em Tel Aviv, onde os participantes exibiram bandeiras israelenses e fotografias dos reféns.

A imprensa israelense informou que outras manifestações foram organizadas perto da sede da embaixada dos Estados Unidos na cidade e diante das residências de vários ministros em todo o país.

"O primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu prioriza a destruição do Hamas antes da libertação dos reféns", afirmou Ruby Chen, que teve o filho sequestrado pelo movimento islamista em outubro de 2023.

"Ele acredita que sacrificar 50 reféns por suas necessidades políticas é uma alternativa válida", acrescentou, ao discursar em uma das manifestações.

A imprensa de Israel antecipa que a reunião do gabinete de segurança poderia abordar as negociações de cessar-fogo e um acordo para a libertação de reféns.

O gabinete aprovou no início de agosto um plano para que o Exército tome a Cidade de Gaza, o que gerou temores pela segurança dos reféns e uma nova onda de protestos de dezenas de milhares de pessoas nas ruas.

Netanyahu ordenou na semana passada conversações imediatas para garantir a libertação dos reféns em Gaza, ao mesmo tempo que insistiu nos planos de uma nova ofensiva contra a maior cidade do território.

Antes, o Hamas anunciou que aceitava uma nova proposta de trégua apresentada pelos mediadores (Egito, Catar e Estados Unidos), que contemplava a libertação gradual de reféns ao longo de 60 dias em troca da libertação de prisioneiros palestinos em Israel.

- "Uma gota no oceano" -

O governo de Netanyahu enfrenta pressão dentro e fora do país para encerrar a campanha em Gaza, onde a guerra provocou uma crise humanitária e devastou grande parte do território palestino.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) alertou nesta terça-feira que a ajuda que Israel permite entrar em Gaza é insuficiente diante da situação de fome na Faixa.

Carl Saku, diretor de operações do PMA, disse à AFP que houve um "pequeno aumento" na entrada de ajuda, com quase 100 caminhões diários, mas que "ainda é uma gota no oceano para atender cerca de 2,1 milhões de pessoas".

Na segunda-feira, bombardeios israelenses atingiram um hospital em Gaza e mataram pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas.

A ONU, ONGs e potências mundiais, incluindo aliados de Israel, expressaram grande choque com o ataque.

Netanyahu disse lamentar o que chamou de um "acidente trágico". O Exército israelense ordenou uma investigação sobre o bombardeio.

A guerra em Gaza tem um balanço trágico para os jornalistas, com quase 200 profissionais da imprensa mortos em 22 meses de conflito, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas e a organização Repórteres Sem Fronteiras.

O conflito começou com o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.219 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem baseada em números oficiais.

A ofensiva israelense na Faixa matou mais de 62.700 palestinos, a maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde de Gaza, que a ONU considera confiáveis.

J.Hochholzer--SbgTB