Salzburger Tageblatt - Movimento pede que reeleição indefinida em El Salvador seja declarada inconstitucional

Movimento pede que reeleição indefinida em El Salvador seja declarada inconstitucional
Movimento pede que reeleição indefinida em El Salvador seja declarada inconstitucional / foto: Marvin RECINOS - AFP

Movimento pede que reeleição indefinida em El Salvador seja declarada inconstitucional

Uma organização civil de El Salvador pediu nesta quinta-feira (21) à Suprema Corte que declare inconstitucional a reeleição indefinida, aprovada há três semanas pelo Congresso para permitir a continuidade do presidente Nayib Bukele.

Tamanho do texto:

Esta é a terceira ação de inconstitucionalidade apresentada contra a reforma aprovada em 31 de julho pelo Parlamento aliado de Bukele, que grupos de direitos humanos consideram um "golpe" contra a democracia.

O Movimento para a Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora (MDCT) pediu em seu recurso que a Seção Constitucional do tribunal superior suspenda "imediatamente a entrada em vigor da reforma".

Além disso, pediu "suspender qualquer ato tendente a executar" a reforma – em vigor desde o início de agosto –, que também ampliou o período de governo de cinco para seis anos para sincronizar as eleições presidenciais, legislativas e municipais.

Em um comunicado lido fora do tribunal, o advogado do MDCT Guillermo García exigiu que a Sala "abandone sua postura submissa e servil" a Bukele e "se manifeste em defesa da Constituição".

Agora a Sala deverá decidir se admite a tramitação desta nova ação contra a polêmica reforma, após as apresentadas pela deputada opositora Claudia Ortiz e pelo pouco conhecido Movimento da Esquerda Salvadorenha.

Outro advogado do MDCT, Luis Rivera, disse esperar que o recurso seja admitido e analisado "em conformidade com a lei" pelos magistrados.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) afirmou que a reeleição indefinida "representa um sério retrocesso para a democracia e o Estado de direito" em El Salvador.

Bukele, no poder desde 2019, goza de alta popularidade graças à sua "guerra" contra as gangues, que reduziu ao mínimo os índices de violência no país, o que facilitou sua reeleição em 2024.

A ofensiva contra as gangues está baseada em um regime de exceção que permite detenções sem ordem judicial e é criticado por organismos de direitos humanos.

L.Singer--SbgTB